Uma história de resiliência e amizade e um convite à quebra de preconceitos foram as mensagens transmitidas durante a cerimônia de Abertura dos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019. Um público de cerca de 50 mil pessoas no Estádio Nacional deu as boas-vindas aos 1.800 atletas das Américas, de 30 países, que vão buscar medalhas no megaevento. O secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Décio Brasil, representou o governo brasileiro na cerimônia desta sexta-feira (23.08). A festa simbolizou o início oficial dos 11 dias de competições em 17 esportes, que seguem até 1 de setembro.

O Brasil foi a quinta nação a entrar no Estádio Nacional. O brasiliense Leomon Moreno, que completou 26 anos na última quarta-feira (21.08), liderou a festa. Carregando a bandeira nacional, o melhor jogador de goalball do mundo comandou a entrada da maior delegação no desfile dos Jogos Parapan-Americanos.
Leomon conta no currículo com a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015 e o bronze nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e prata nos Jogos de Londres 2012. Somam-se ainda dois títulos mundiais da modalidade: na Finlândia, em 2014, e na Suécia, em 2018.

Rompendo preconceitos
A cerimônia lembrou o passado e ressaltou aos presentes a importância dos valores do esporte na vida e na construção do futuro da sociedade. O espetáculo contou com 436 artistas, entre voluntários e produção, e durou quase duas horas. Hansel Cereza, responsável pela direção artística e cênica do evento, utilizou 50 artistas com deficiência, que desempenharam papeis de acrobatas, dançarinos e protagonistas.

A cerimônia contou com a presença do presidente do Peru, Martín Vizcarra, do presidente do Comitê Pan-Americano, Neven Ilic, e do presidente do Comitê Paralímpico das Américas (CPA), Julie Dussliere.
“Tenho muita satisfação de participar desta festa do esporte paralímpico. Tivemos excelentes resultados em outras ocasiões e aqui em Lima não será diferente. O governo federal colabora com o esporte paralímpico nacional dando condições ao atleta de ter um algo a mais para levar adiante o treinamento e obter resultados”, afirmou Décio Brasil. Ele lembrou que dos 315 atletas da delegação brasileira no Parapan, 261 (82,8%) são contemplados pelo programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Os artistas protagonizaram uma narrativa para mostrar que a diversidade e as diferenças são importantes para o desenvolvimento da sociedade. A direção artística buscou transmitir sensações e ampliar a consciência social, apontando para a necessidade de quebra de barreiras do preconceito e para o incentivo a um espírito de respeito e igualdade.

No meio do Estádio Nacional foi construída uma replica do Obelisco, representando a cultura Chavín (1.200 a.c – 200 a.c). A escultura serviu como tela para projeções que mudavam o cenário durante as apresentações e danças. A banda Bareto, que criou a versão da música tradicional peruana chamada Cariñito, que se tornou o hino dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Lima, encerrou a celebração do esporte paralímpico.

Delegação brasileira
A delegação nacional busca em Lima manter a hegemonia nos Jogos Parapan-Americanos, já que liderou o quadro de medalhas nas três últimas edições: Rio 2007, Guadalajara 2011 e Toronto 2015. Para isso, o país terá a maior delegação de sua história: são 315 atletas, dos quais 261 (82,8%) são beneficiados pelo Bolsa Atleta. Eles vão disputar as 17 modalidades do programa.
No total, a delegação brasileira é composta por 512 pessoas, incluindo treinadores, comissão técnica, atletas-guia e equipe de apoio. Na história dos Jogos, os brasileiros já conquistaram 1.026 medalhas, sendo 445 de ouro, 310 de prata e 271 de bronze. Na última edição, em Toronto 2015, foram 257 pódios: 109 medalhas de ouro, 74 de prata e 74 de bronze. Para 2019, a meta é manter o desempenho e superar a barreira dos 100 ouros.

Breno Barros, de Lima, Peru – rededoesporte.gov.br
Foto: Washington Alves/EXEMPLUS/CPB

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