Marcelo Chierighini, Pedro Spajari, Bruno Fratus e Breno Correia disputaram a primeira final em Gwangju e terminaram em 6º. Nicholas nada por medalha na manhã desta segunda (22.07)

A equipe brasileira do revezamento 4 x 100m livre não conseguiu chegar ao pódio na primeira final que o país disputou no Mundial de Desportos Aquáticos de Gwangju. Na noite deste domingo (21.07) na Coreia, manhã de domingo no Brasil, o time formado por Marcelo Chierighini, Pedro Spajari, Bruno Fratus e Breno Correia ficou na sexta colocação, com o tempo de 3min11s99.
A prova foi vencida pelos Estados Unidos, que tinha na equipe Caeleb Dressel, Blake Pieroni, Zach Apple e Nathan Adrian. Com o tempo de 3min09s06, o quarteto chegou ao ouro e estabeleceu um novo recorde do torneio.

Foi o segundo momento de destaque do jovem Caeleb Dressel neste domingo. O nadador, 22 anos, já havia nadado muito bem na semifinal dos 50m borboleta, quando estabeleceu um novo recorde do campeonato, com 22s57.
A Rússia, com Vladislav Grinev, Vladimir Morozov, Kliment Kolesnikov e Evgeny Rylov, ficou com a prata, com 3min09s97, enquanto o bronze foi para a Austrália, que nadou com Cameron McEvoy, Clyde Lewis, Alexander Graham e Kyle Chalmers (3min11s22).
“Foi muito aquém da nossa capacidade. Foi bem fora. Ninguém gostou da prova, estamos chateados, mas a gente sai de cabeça erguida porque todo mundo deu o melhor aqui. Agora vamos para próxima”, disse Marcelo Chierighini, que nadará ainda os 50m livre e os 100m livre em Gwangju.
Já Bruno Fratus e Breno Correia não demostraram a mesma frustração e preferiram ressaltar o esforço do time e valorizar a classificação do Brasil na prova para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
“Sexto do mundo não é um resultado ruim, muito pelo contrário. Estou bem feliz com o esforço de todo mundo. Estamos classificados para a Olimpíada e a gente continua brigando pelo pódio”, analisou Fratus.
“Como o Bruno disse, sexto do mundo não é um resultado ruim. Obviamente a gente esperava um resultado melhor, mas a gente sai de cabeça erguida sabendo que cada um deu o seu melhor, o Marcelo, o Pedro, o Bruno e eu. E eu, que já tenho uma prova individual amanhã, tenho que ser frio, forte e botar a cabeça no lugar mais uma vez”, completou Breno, que na manhã desta segunda-feira (22.07) em Gwangju, noite de domingo no Brasil, nada as eliminatórias dos 200m livre.

Nicholas na final
Além do revezamento, o Brasil teve outros dois atletas em ação na noite deste domingo na piscina da Nambu University: Nicholas Santos, nos 50m borboleta, e João Gomes, nos 100m peito, que nadaram as semifinais de suas provas.
Nicholas foi o único dos dois a avançar para a final. Aos 39 anos, ele nadou na raia 7 da segunda série dos 50m borboleta e terminou a prova em 22s77, avançando à final com a segunda melhor marca. O brasileiro ficou atrás apenas do norte-americano Caeleb Dressel, que foi o mais rápido com o novo recorde do campeonato.
“Eu não tenho essa cobrança. Meu objetivo é nadar abaixo dos 22 segundos e 4, independentemente do que o Dressel fez ou vai fazer na final aqui. A gente vai estar lado a lado ali para saber quem é o mais rápido. Então, temos que esperar até amanhã”, disse Nicholas.
“A natação é uma coisa de uma sintonia muito fina, então uma braçada que você dá uma deslizadinha já dá um tempo diferente. Então esse controle de quanto eu espero fazer é difícil. Eu sei o quanto eu treinei para fazer 22 e 4. Está bem palpável. Mas tem que acertar na hora”, continuou o nadador.
Já João Gomes Júnior nadou na raia 6 a segunda série dos 100m peito, mas com o tempo de 59s32 acabou na 11ª posição na classificação geral, fora da final. A prova foi marcada pelo maior momento da noite em Gwangju: o recorde mundial do britânico Adam Peaty, que pulverizou seu antigo recorde mundial, de 57s10, e terminou a prova em 56s88, tornando-se o primeiro da história a completar os 100m peito abaixo dos 57 segundos.

Adan Peaty foi ouro no Rio 2016 nos 100m peito e prata no revezamento 4 x 100m medley e é dono de cinco ouros e uma prata em Mundiais de piscina longa.
“A prova foi fortíssima. Acabei bobeando e não encaixou a prova para mim. A gente treina, treina, treina para tentar ganhar na loteria e hoje eu não fui premiado. Mas agora é virar a página e focar nos 50m peito”, disse João Gomes Júnior.
Para o brasileiro, Adam Peaty é o fenômeno que tem impulsionado os nadadores de peito a se aperfeiçoarem para melhorarem suas marcas. “A partir do momento que esse cara começou a fazer umas coisas mirabolantes, ele começou a provar que essa prova dá para passar muito rápido e voltar mais rápido ainda. Não dá para ser uma prova tão controlada. Então ele mostrou que tem que subir a frequência e dar um pouco mais de braçada para conseguir entrar nessa casa (dos 57 segundos) que só ele entrou”, elogiou João.

Na manhã desta segunda-feira (22.07) na Coreia, noite de domingo no Brasil, Nichola Santos nada a final dos 50m borboleta, além de Etiene Medeiros (100m costas), Guilherme Guido (100m costas), Breno Correia e Fernando Scheffer (200m livre) e Viviane Jungblut (1.500m livre), que disputam as eliminatórias (veja programação abaixo).

Os brasileiros em Gwangju
A Seleção Brasileira de natação no Mundial de Gwangju é formada por 19 homens e duas mulheres. Veja a lista dos atleta e quais provas em disputam na Coreia do Sul:
Masculino
» Bruno Fratus – 50m livre
» Nicholas Santos – 50m borboleta
» Pedro Spajari – 100m livre
» João de Lucca – revezamento 4 x 200m livre
» Marcelo Chierighini – 50m livre, 100m livre e revezamento 4 x 100m livre
» Luiz Altamir Melo – 400m livre, 200m borboleta e revezamento 4 x 200m livre
» Fernando Scheffer – 200m livre
» Breno Correia – 200m livre, 100m livre e revezamento 4 x 100m livre
» Guilherme Guido – 100m costas e 50m costas
» Vinicius Lanza – 50m e 100m borboleta
» João Gomes Júnior – 100m peito e 50m peito
» Leonardo Santos – 200m medley e 200m costas
» Leonardo de Deus – 200m costas
» Caio Pumputis – 200m medley e 200m peito
» Brandonn Almeida – 400m medley
» Diogo Villarinho – 1500m livre
» Guilherme Costa – 1500m livre e 800m livre
» Felipe Lima – 100m peito, 50m peito e revezamento 4 x 200m
» André Calvelo – 4 x 100m livre
Feminino
» Etiene Medeiros – 50m costas, 100m costas, 50m livre e 100m livre
» Viviane Jungblut – 800m e 1500m livre

Investimento
Dos 21 atletas que nadarão no Mundial de Gwangju, 15 são beneficiados pelo Bolsa Atleta do Governo Federal. São eles: Bruno Fratus, Pedro Spajari, Luiz Altamir Melo, Fernando Scheffer, Breno Correia, Guilherme Guido, João Gomes Júnior, Leonardo Santos, Caio Pumputis, Brandonn Almeida, Diogo Villarinho, Guilherme Costa, André Calvelo, Etiene Medeiros e Viviane Jungblut. O investimento nesses atletas é de R$ 1,2 milhão por ano.
Desses 15 nadadores, dez recebem a Bolsa Pódio, a mais alta categoria do programa, voltada para atletas com chances de medalha em Tóquio 2020. São eles: Brandonn Almeida, Bruno Fratus, Diogo Villarinho, Fernando Scheffer, Guilherme Costa, Guilherme Guido, João Lucas Gomes, Luiz Altamir Melo, Pedro Spajari e Viviane Jungblut. O investimento anual nesses atletas é de R$ 1 milhão.
No total, 263 nadadores de todo o país são bolsistas, fruto de um investimento de R$ 3 milhões por ano.

Foto: Satiro Sodré/rededoesporte.gov.br
Luiz Roberto Magalhães, de Gwangju, na Coreia do Sul – rededoesporte.gov.br

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