Mulheres são maioria na delegação brasileira do Mundial de natação paralímpica de Manchester

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A Seleção Brasileira de natação paralímpica, que disputará o Mundial da modalidade, em Manchester, Inglaterra, é majoritariamente feminina. São 15 atletas mulheres (51,7%) ante 14 homens (48,3%) no Reino Unido. Na última edição da competição, em Portugal, no ano passado, a composição foi de 17 nadadores e 12 nadadoras.

O Mundial de Manchester começará nesta segunda-feira, 31, e reunirá mais de 600 atletas de 70 países no Manchester Aquatics Centre até o dia 6 de agosto. A Seleção Brasileira será representada por 29 competidores de 10 estados (CE, MG, PA, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP).

O aumento da participação feminina atende a uma das metas estabelecidas no Plano Estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), elaborado em 2017 e revisado em 2021. No documento, a entidade reafirma o objetivo de incluir cada vez mais mulheres no Movimento Paralímpico, valorizando e estimulando a entrada de atletas femininas no esporte de alto rendimento.

Campeã mundial nos 50m livre da classe S8 (limitação física-motora) em junho de 2022, a potiguar Cecília Araújo disputará sua quarta edição da competição e celebrou a representatividade feminina. “Fico muito feliz por mim e pelas minhas companheiras. Estamos ganhando cada vez mais espaço no alto rendimento e isso é o reconhecimento pelo nosso comprometimento com o esporte”, analisou Cecília, 24, que teve paralisia cerebral no momento de seu nascimento, o que limita os seus movimentos.

Também prestes a competir em seu quarto Mundial, a gaúcha Susana Schnarndorf, 55, elogiou o crescimento da participação feminina na natação paralímpica brasileira. “É muito prazeroso ver essas meninas brilhando nos torneios internacionais. Isso é muito importante para a renovação do paradesporto nacional”, disse a nadadora, da classe S3, que tem MSA (múltipla falência dos sistemas), doença que afeta a mobilidade.

A paulista Esthefany Rodrigues, da classe S5, destacou que espera inspirar outras mulheres brasileiras por meio de resultados expressivos em Manchester. “Se conquistarmos medalhas no Mundial, mostraremos como a força feminina é capaz de qualquer coisa”, definiu a atleta, que nasceu com displasia epifisária e teve um encurtamento dos braços, pernas e tronco.

Parte da delegação brasileira pousou na cidade inglesa nesta sexta-feira, 28, depois de uma semana de aclimatação em Rio Maior, Portugal. A Seleção estará completa no Reino Unido neste sábado, 29.

A média de idade é de 28,2 anos. O nadador mais novo é o paulista Samuel de Oliveira, com 17 anos, nascido no dia 28 de agosto de 2005, e a representante mais velha é a gaúcha Susana Schnarndorf, 55, que nasceu no dia 12 de outubro de 1967.

Além disso, cinco atletas (17,2%) são atuais detentores de recordes mundiais: Carol Santiago, da classe S12, baixa visão; Gabriel Araújo (S2, comprometimento físico-motor); Gabriel Bandeira (S14, deficiência intelectual); Samuel Oliveira (S5, comprometimento físico-motor) e Talisson Glock (S6, comprometimento físico-motor). Ao todo, os cinco brasileiros são donos de nove melhores marcas do planeta. No entanto, apenas três dessas provas estarão no programa do evento em Manchester: 50m livre da classe S12, 100m borboleta e 200m medley da classe S14.

O maior medalhista brasileiro na competição nesta atual delegação é o pernambucano Phelipe Rodrigues, com 17 conquistas em seis edições. No Reino Unido, ele buscará seu 20º pódio em Mundiais.

Em relação às deficiências, a delegação é composta por cinco nadadores com deficiência visual (17,2%), cinco com deficiência intelectual (17,2%) e 19 com comprometimentos físico-motores (65,6%).

A composição da delegação brasileira foi feita com base nos 21 nadadores que atingiram índices estipulados pelo CPB em duas seletivas: o Open Internacional de natação e a 1ª Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa da modalidade. Ambas as competições foram realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, neste ano. Além disso, outros oito nadadores foram convocados pelo Índice Mínimo de Qualificação (MQS, na sigla em inglês) do Mundial e por terem as melhores marcas para revezamentos.

Na última edição do Mundial de natação, na Ilha da Madeira, Portugal, em junho do ano passado, o Brasil ficou na terceira colocação, com 53 medalhas: 19 ouros, 10 pratas e 24 bronzes.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

Foto: Alessandra Cabral/CPB