Treinador Carlos Carvalho «o Paredes foi sensacional»

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O Paredes Polo Aquático acaba de conquistar na Guarda a Taça de Portugal 2023. Uma vitória sofrida e emotiva frente ao Fluvial Portuenses, com um resultado final de 9-8.

O treinador do Paredes, Carlos Carvalho, em declarações para o site da FPN, após a final da Taça de Portugal, fala no difícil percurso da sua equipa, do emotivo jogo da final, da ambição para a próxima época e do futuro do polo aquático em Portugal.

Há quatro anos com treinador do Paredes Polo Aquático, Carlos Carvalho acumula uma longa experiência na modalidade como treinador e jogador. Na seleção brasileira exerceu os cargos de supervisor técnico, gerente de projetos e foi técnico da seleção principal de 2000 a 2007.

Entre os inúmeros sucessos desportivos como jogador foi capitão da seleção brasileira e integrou a equipa canarinha nos Jogos de Los Angeles 1984.

A conquista da Taça de Portugal, está era uma ambição para a época?

Durante a época poderíamos ter avançado mais no campeonato nacional, mas tivemos muitos problemas: atletas lesionados, atletas com problemas de trabalho, vários jogos que participamos com miúdos. Mas foi bom. Na Taça de Portugal estivemos mais concentrados porque conseguimos que todos os jogadores tivessem em condições de jogar. Treinaram muito durante a época. Apresentamos ainda dois atletas que jogaram comigo durante 20 anos no Brasil que puderam vir ajudar-nos. Não vou negar que eles puderam fazer a diferença, mas também se integraram bem e a equipa soube jogar. Hoje, por exemplo, o Paredes, principalmente na defesa, foi sensacional porque a quantidade de expulsões que sofremos conseguimos defender quase todas elas.

Um início de jogo muito forte…

O início de jogo foi espetacular. Antes, na preleção, havíamos abordado o tema: “tomar cuidado com o jogo do adversário”. Tínhamos em mente um aspeto: “o controlo do jogo”. Conseguimos, nos dois primeiros tempos, ter esse controlo de jogo. No terceiro também e no último tempo, com a quantidade de expulsões enorme, ainda assim tivemos a cabeça no lugar com tranquilidade e ‘fechar’ o jogo a 9-8 para felicidade dos meninos.

 

O que podemos esperar do Paredes no futuro próximo?

Com esta Taça de Portugal, espero que aconteça muita coisa: que nos ajudem mais, que a Câmara nos ajude mais, que tenhamos patrocinadores. Eu falo nisto, mas não é só “o Paredes”. Temos que caminhar para que todas as equipas melhorem a estrutura, financeiramente, porque isso vai melhorar o polo aquático em Portugal.

 

Como analisa o Polo Aquático em Portugal?

“Gatinhando” em certas coisas. Há necessidade de formação, os clubes estão empenhados nisso. Principalmente ter uma organização melhor. Precisamos de uma organização melhor. Seja ao nível do campeonato, de promoção do evento. Temos de divulgar isso. Por exemplo em cada jogo tem de ser escolhido um atleta que receba um prémio. Uma série de iniciativas para motivar o atleta, o clube.

Há um caminho para percorrer…

Exato. E nós estamos ao lado da Espanha. Vamos chama-los para serem nossos parceiros. Para podermos crescer. Ninguém cresce sozinho. Portugal não vai crescer sozinho. Vamos procurar parceiros em Espanha que nunca se negou a colaborar. Vamos sair das nossas fronteiras porque, assim, tenho a certeza que Portugal vai melhorar ainda mais. Não é dormir e acordou bom. Isso não existe. Vamos melhorando no dia-a-dia até chegar a um ponto em que podemos competir com todo o mundo. Não estou a falar de mim, porque eu, pela minha idade, já fiz muito do que tinha a fazer, mas sim os técnicos novos que tem de lutar por isso. Lutar por algo melhor, por uma estrutura melhor, por campeonatos melhores. Os clubes têm de exigir coisas melhores das associações da federação. Porque quem faz o polo aquático são eles. Sem eles não há polo aquático.