Salvador viveu uma semana de polo aquático e arquibancadas cheias; público, atletas e entidades elogiam estrutura e clima do Mundial Sub-20
1 mês ago Comentários desativados em Salvador viveu uma semana de polo aquático e arquibancadas cheias; público, atletas e entidades elogiam estrutura e clima do Mundial Sub-20
Por uma semana, a Arena Aquática Salvador virou ponto de encontro do polo aquático mundial. De 10 a 16 de agosto, a capital recebeu o Mundial Sub-20 feminino de polo aquático, competição da World Aquatics, em conjunto com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e a Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA), reunindo 16 seleções na orla da Pituba e ingressos gratuitos que levaram público numeroso às arquibancadas.
O torneio reuniu Estados Unidos, Canadá, China, Espanha, Croácia e o time brasileiro, entre outros. Os EUA ficaram com o ouro na final resolvida por um gol de diferença (16 a 15). O Brasil fechou em oitavo e igualou sua melhor campanha em mundiais. O saldo, na arena e fora dela, foi de celebração da modalidade.
A experiência das arquibancadas guiou o clima da semana. Entre as torcidas, a sensação foi de descoberta. Christiane Escanhoela, uma das espectadoras do torneio, contou que viu evolução do público ao longo dos dias e que a atmosfera de casa cheia empurrou a equipe brasileira.
“Olha, eu estou encantada, porque a gente sabe que os times que o Brasil enfrentou são superiores. Eu assisti os outros e as meninas se empenharam, se esforçaram. A torcida também ajudou bastante. Elas se superaram, conseguiram chegar nas oitavas, elas estão de parabéns!”, afirmou.
Depois de lembrar a virada sobre a Nova Zelândia, ela fez questão de destacar o palco do evento: “O evento está maravilhoso, o lugar é lindo. A estrutura é maravilhosa!”, disse Christiane.
Márcia Vivas, também espectadora, transformou a visita em programa de família. Disse que a sinalização, o conforto e a proximidade com as atletas facilitaram tudo. Ao falar do equipamento, reforçou o impacto da primeira impressão:
“Nós não conhecíamos o polo aquático dessa forma, presencial mesmo. Passei por aqui, por um acaso, me apaixonei pela estrutura. A estrutura aqui está perfeita. Eu gostei muito. Meus netos gostaram muito, tiraram fotos com uma das atletas. Minha nora também veio comigo, gostou. Vocês estão de parabéns”, contou Márcia.
Do lado das atletas, o sentimento foi de realização. Bárbara Tavares, integrante da Seleção Brasileira Sub-20, relatou que jogar em casa potencializou a confiança e que a campanha até as oitavas abre caminho para resultados maiores. Ao comentar sobre a experiência no evento, ela foi taxativa:
“Foi uma experiência muito boa. É o meu primeiro Mundial pela seleção brasileira e não poderia ser melhor do que aqui no Brasil, com a torcida, a vibração, a energia totalmente diferentes, desde criança que eu tive esse sonho. E foi maravilhosa a estrutura, a piscina, as pessoas que estavam ajudando nesse torneio. O melhor momento pra mim foi quando fizemos história: a gente se classificou para as oitavas. Então, pra mim, foi a melhor sensação”, descreveu Bárbara.
A boa impressão se estendeu às adversárias. Inês, atleta da Seleção da Croácia, avaliou que a semana transcorreu de forma positiva para sua equipe e destacou o foco nas partidas, com rotina bem ajustada.
“Foi uma semana positiva. Organização e estrutura funcionaram bem e conseguimos focar nos jogos. Sair entre as oito melhores nos deixou satisfeitas. Claro que nós sempre podemos fazer melhor, mas a experiência foi muito boa”, frisou.
A organização local apontou a dedicação contínua para oferecer padrão internacional e acolher o público baiano. Segundo o presidente da FBDA, Marco Antônio Lemos, o trabalho começou cedo, com parceiros e equipes alinhadas para “fazer a arena respirar o evento” do primeiro ao último jogo.
“É uma grande honra ver Salvador no mapa do polo aquático mundial. Quando a CBDA propôs descentralizar e trazer o Mundial ao Nordeste, a Bahia abraçou a ideia. Trabalhamos desde fevereiro com parceiros locais para que a arena respirasse o evento: identidade visual, equipes, serviços e operação alinhados aos padrões da World Aquatics. Queríamos arquibancadas cheias, público acolhido e seleções com condições de alto nível. E foi isso que entregamos”, enfatizou Marco.
A avaliação nacional destacou a imagem do país e a experiência entregue às delegações. Diego Albuquerque, presidente da CBDA, afirmou:
“A sensação é de dever cumprido. A gente teve uma grande oportunidade, que foi trazer essa competição para o Brasil e, em especial, para a Bahia. E aí isso nos deu uma oportunidade realmente de mostrar o polo aquático para o público local, mas também fortalecer a imagem do país internacionalmente. E a gente conseguiu entregar um grande evento. Todos os países que estiveram presentes aqui gostaram muito da estrutura que a gente ofereceu, das condições de jogo. E a gente viu um belíssimo campeonato acontecer aqui, inclusive com boa participação para o Brasil”, avaliou.
Ele lembrou ainda que o Brasil igualou sua melhor marca histórica e que a base feminina segue em formação com metas de longo prazo:
“Olha, foi muito boa a participação do Brasil. A gente se igualou à melhor marca histórica da seleção brasileira. E foi bom porque o polo aquático brasileiro ainda não tem o mesmo poderio da Europa, por exemplo. É um esporte muito novo no Brasil, embora seja um esporte olímpico há muito tempo, mas feminino, principalmente, ainda é muito recente. É um time muito jovem e a gente está preparando-os não só para Los Angeles, como para Brisbane, em 2032, também. É o primeiro passo de uma grande jornada”, concluiu.
O Brasil e a Bahia confirmaram a vocação para receber eventos de grande porte. O vai e vem de famílias, escolas e delegações deu o tom da semana. A cidade entrou no roteiro do alto rendimento sem perder o jeito de festa.
A organização ressaltou o cuidado diário com a operação. E o objetivo foi um só: experiência positiva para quem torce e para quem compete. O retorno das arquibancadas sintetizou o clima. “A arena vibrou junto. A energia ficou linda”, resumiu Christiane, espectadora. A entrada gratuita ampliou o alcance e levou novos olhares à modalidade.
A realização do Mundial contou com apoio da Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (SEMPRE), Empresa Salvador Turismo (SALTUR) e Governo do Estado da Bahia, através da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (SUDESB), além da parceria com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e de patrocinadores da iniciativa privada, como a Sony, que apoiou a World Aquatics.